As propriedades familiares são parte importante na
luta para garantir a segurança alimentar mundial e o desenvolvimento rural
sustentável. Para isso, porém, é preciso investir em inovação a fim de melhorar
a produção e as práticas de gestão com o objetivo de mudar a realidade de
muitos desses agricultores. Esses dois aspectos foram os pontos analisados no
relatório O Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação, 2014: Inovação
na Agricultura Familiar, produzido pela Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO) e publicado neste dia 16 de Outubro, no Dia
Mundial da Alimentação.
“A agricultura familiar é, de longe, a forma
dominante de agricultura no mundo. Estima-se que ocupe cerca de 70% a 80% das
terras agrícolas e produza mais do que 80% dos alimentos no mundo em termos de
valor”, ressalta o estudo.
Mas, apesar da importância dessas estruturas,
diversos agricultores familiares vivem em situação de pobreza e de insegurança
alimentar, segundo a FAO. Para modificar esse cenário, a entidade recomenda o
investimento na inovação, por meio de novas ideias, tecnologias e processos.
Para que essa inovação seja eficiente, a FAO alerta
que é preciso levar em consideração as diferenças existentes entre as
propriedades e a realidade das famílias em cada um dos países. O documento
também destaca que os esforços públicos devem garantir investimentos em
pesquisa, principalmente de temas voltados à variedade de cultivo, além de
serviços de orientação e capacitação de agricultores, com estruturas de mercado
que sejam cada vez mais inclusivas.
“Os agricultores familiares devem ter o
conhecimento e os incentivos econômicos e políticos necessários para prestar
serviços ambientais básicos, como a proteção de bacias hidrográficas,
conservação e manutenção da biodiversidade de carbono, entre outros”, cita o
relatório.
Outro destaque é o incentivo à criação de
organizações de produtores e cooperativas com base na comunidade. Segundo a
FAO, essas organizações comunitárias são importantes para a superação de
obstáculos, incentivo à inovação e para que a agricultura familiar se fortaleça
alcançando novos mercados e gerando renda.
Segundo o documento, para que a inovação seja
possível, é preciso haver condições macroeconômicas estáveis, regimento
jurídico e regras transparentes, ferramentas para a gestão de riscos e
infraestrutura de mercado.
Fonte:Agência Brasil EBC
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