CONSTRUINDO RELAÇÕES ÉTICA E SOLIDÁRIA ENTRE O CAMPO E CIDADE

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A Rede Bragantina de Economia Solidária Artes & Sabores é constituída por 15 (quinze) empreendimentos associativos, atuantes em quatros municípios do Território Nordeste Paraense. Essa Rede tem como entidade de apoio e fomento, a Escola de Formação Para Jovens Agricultores de Comunidades Rurais Amazônicas - ECRAMA e o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA, que desenvolvem atividades de educação formal profissionalizante, educação não formal e continuada quanto ao Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais. Esta organização trabalha com princípios e práticas da Economia Solidária, tendo como objetivo: DESENVOLVER E FOMENTAR AÇÕES COLETIVAS DE PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E CONSUMO CONSCIENTE, COM HOMENS E MULHERES DO CAMPO E DA CIDADE, VALORIZANDO OS SABERES E A CULTURA DOS POVOS DO BIOMA AMAZÔNICO.

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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

IX CBA INSTALADO EM BELÉM DISCUTE DESAFIOS À SOBERANIA



Luta e esperança deram a tônica do início dos trabalhos do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia nesta segunda-feira (28), no Hangar, em Belém/PA. Os dois elementos estiveram presentes na apresentação de uma mística e nas considerações dos membros da mesa de abertura. O evento reúne mais de 3,1 mil participantes e dois eventos paralelos, o VI Seminário Estadual de Agroecologia e VII Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia (Enga), este, na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

Fonte: cbaagroecologia.org.br

A presidente da Associação Brasileira de Agroecologia
, Irene Cardoso, saudou o fortalecimento do evento e chamou atenção aos desafios para a construção de um futuro mais promissor para o país, a partir da proposta agroecológica. “Temos aqui mais de 1400 trabalhos que expressam a contribuição de estudantes, agricultores, quilombolas, ribeirinhos, indígenas e povos tradicionais na construção do conhecimento agroecológico”, disse.

Representando a Via Campesina, Rogério Hohn, ressaltou que a agroecologia não é apenas um debate técnico, mas a luta por um projeto diferenciado de sociedade. “Apostamos na agroecologia enquanto experiência concreta de vida, experiência concreta de resistência”, afirmou.


Também estiveram presentes na mesa de abertura, o secretário de estado de desenvolvimento agropecuário e da pesca Hildegardo Nunes, e representantes da Embrapa, Emater, IFPA, UFPA, Ufra, Museu Goeldi e demais entidades que coordenam o evento.





Biocultural - A conferência de abertura coube ao professor mexicano Narciso Barrera-Bassols, da Universidade Nacional Autônoma do México, sob o título “O paradigma Biocultural: diversidade e soberania na construção do bem viver”. De acordo com o professor, o paradigma biocultural considera que a diversidade biológica e a diversidade cultural são mutuamente interdependentes e geograficamente coexistentes. “Não há cultura sem natureza nem natureza sem cultura”, disse.

Postos em perspectiva, a humanidade e sua história moderna (últimos 300 anos), representam uma ínfima parte de um planeta que existe há 4 bilhões de anos e é habitado por milhões de espécies de seres vivos. Mas Narciso considera que esses últimos três séculos causaram uma perturbação no meio ambiente sem precedente. “Somos uma espécie muito depredadora. Vivemos uma crise civilizatória que se assemelha a um clima de fim de festa, pois consumimos de forma desmedida os recursos naturais”, comparou. 


A esperança de superação dessa crise é depositada pelo professor na agroecologia, pois essa se constitui como um registro da experiência humana no planeta que transcende em muito os três séculos de conhecimento científico gerados pela era moderna. 


As práticas dos diferentes povos com a diversidade biológica formam o que Narciso chama de memória biocultural. “Em algum momento o cérebro humano propiciou a criação da palavra e com ela a comunicação e a construção da memória”, disse. E a Amazônia seria um dos grandes centros de diversidade biocultural. “Se há mais de 400 povos na Amazônia, há mais de 400 agroecologias”, afirmou. Para o professor, é nessa disciplina que deve ser buscada a saída para a crise civilizatória, pois ela acumula experiências que remetem há 10 mil anos, quando da invenção da agricultura. 


Narciso enfatiza, no entanto, que a agroecologia não pode ser tratada como uma solução meramente técnica. “Pois não há soberania alimentar sem soberania territorial”, finalizou

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